Texto de Helaine Batista @helainebatista
“Se você planejar cidades para carros e trânsito, você terá carros e trânsito. Mas se você planejar para pessoas e lugares, você terá pessoas e lugares” (Fred Kent).
É exatamente o que acontece com nossas casas. Pense por um momento. Se permitirmos espaços para o verde e os preservarmos, eles permanecerão conosco. Várias medidas estão se tornando populares, como as hortas, reaproveitamento da água da chuva e reciclagem do lixo. Aproveitamos o embalo para lhes apresentar a Bioconstrução.
Simplificando, segundo o IPOEMA (Instituto de Permacultura), esta seria uma forma de construir na qual são utilizados materiais ecológicos e locais, visando reduzir o impacto ao meio ambiente.
Aprofundando um pouco mais…
A bioconstrução é um conjunto de técnicas para a construção de casas e edifícios com elementos naturais, como terra e fibras vegetais. Esse tipo de construção tem como objetivo a redução das toxinas, que são extremamente prejudiciais ao ser humano, e como vantagens o aumento da durabilidade das paredes, a diminuição da variação de temperatura no interior da casa e o baixo custo de investimento e operação. Além de ter menos impactos ambientais, este tipo de construção custa muito menos do que as tradicionais.
As técnicas são simples. Os difusores desta prática encorajam qualquer pessoa a fazer, coordenada ou não por profissionais, permitindo assim serem chamadas técnicas de autoconstrução. Desta forma, as obras incluiriam grande dose de criatividade, vontade pessoal do proprietário e responsável pela obra e o uso de soluções ecológicas pontuais adaptadas à cada caso.
É importante dizer que os responsáveis por esse modelo de obra devem sempre buscar soluções que visem à preservação do meio ambiente, como escolha do material adequado, com matérias-primas naturais ou recicladas; fontes alternativas de energia, como energia eólica e solar; economia e gestão de água, com a utilização da água da chuva; coleta seletiva e reciclagem de lixo no local em questão e utilização de técnicas que utilizem barro, bambu ou palha.
Para quem se interessa em descobrir um mundo de possibilidades, nos dias 29 e 30 de outubro, em Resende, haverá um Curso de Bioconstrução através da Oca em Movimento. O Curso comporta conhecimento sobre Zoneamento, Permacultura Urbana e Hiper Adobe (Prática). O objetivo final consiste em sensibilizar os participantes sobre a necessidade e a possibilidade de uma nova relação com a natureza e torná-los dispostos a uma mudança de comportamento.
Como dissemos, o objetivo é que a construção seja menos tóxica e invasiva para os moradores. A bioconstrução abrange uma série de tecnologias e a viabilidade ecológica, econômica e social e sua aplicação depende, principalmente, da avaliação do local da obra. Por isso, o curso conta com uma parte prática no próprio local.
Eu diria que temos tudo a ver com a Bioconstrução. Até mais do que a Construção Sustentável, que também propõe soluções para amenizar os problemas ambientais e contribuir com a sustentabilidade, mas não visa à elaboração de casas e edifícios com apenas elementos da natureza.
É um convite aos leitores à adoção das práticas de sustentabilidade no lar 😉
Faça parte desta ideia.
**Veja algumas técnicas de bioconstrução:
Superadobe – Utiliza sacos com terra comprimida para construir paredes e coberturas bastante resistentes, capazes de suportar climas extremos.
Adobe – O tijolo de adobe é feito com barro e palha mesclados e moldado e seco de forma natural. A palha presente na composição propicia grande conforto térmico.
COB – É uma técnica que possibilita moldar uma mistura de areia, palha, argila e água até atingir o formato desejado. Esse método é bastante antigo e permite abusar da criatividade na construção.
Pau a pique – Também chamada de taipa de mão ou taipa de sebe, consiste na construção de um quadro de galhos: os verticais cravados no chão e os horizontais encaixados nos verticais. O quadro é preenchido por uma trama de bambus ou de galhos. Depois, são abertos espaços para janelas e portas. Os buracos da trama são preenchidos com argila.
Fardos de palha – Com esse tipo de técnica, as paredes são grossas e protegidas contra o frio ou o calor. Além de rápido e barato, esse processo é muito durável – há casas feitas de fardo que duram mais de 100 anos.
Separamos 2 Cartilhas para você entender melhor do assunto e colocar a mão na massa 😀
Cartilhas Eco Casa Cartilha Ciclo Vivo
O material é extremamente útil para quem deseja entender melhor a bioconstrução e conhecer detalhes de diferentes técnicas sustentáveis e ambientalmente corretas de construção. Neste sentido, o primeiro passo é pensar além do comum, é enxergar todos os materiais, sejam eles naturais ou residuais como matéria-prima em potencial.
**CURSO